Pré-candidato a governador propõe usar recursos para remunerar municípios que melhorem resultados e criar tempo integral para o ensino médio
Pré-candidato a governador, ACM Neto (União Brasil) destacou nesta terça-feira (21) que a Bahia receberá nos próximos anos R$ 9 bilhões do governo federal para a educação e que, portanto, “não faltam recursos para investimento, o problema é de gestão”. O ex-prefeito de Salvador afirmou que, para tirar a Bahia do último lugar no ranking nacional do IDEB, será preciso direcionar essa verba não para infraestrutura, mas para a qualidade de ensino.
“A Bahia ganhou na Justiça os precatórios do Fundef e nós temos aí, entre 2022 e 2023, a possibilidade de colocar R$ 9 bilhões na educação. O governo do estado decidiu começar pelo que é mais fácil e trivial, que é construir escola. Precisava? Sim, porque passaram 15 anos sem construir uma escola sequer. Mas, a parte que dá menos trabalho na educação é construir escola. O grande desafio é intervir na qualidade de ensino”, disse, em entrevista à rádio CBN Salvador.
ACM Neto citou dois exemplos de como pretende investir esses recursos, e que inclusive já foram aplicados por estados vizinhos do Nordeste. “Temos a proposta de fazer um trabalho de articulação com os municípios, porque de fato o processo de formação vem da pré-escola e do ensino fundamental, que é responsabilidade municipal. E aí quero trazer o modelo do Ceará, que remunera, bota grana, mesmo, na conta dos municípios que elevam a qualidade da educação”, disse.
“Remunerar é a melhor forma de incentivar e trazer os prefeitos para esse objetivo. E não interessa se o prefeito pertence ao partido A, B ou C: melhorou a qualidade de ensino, mais dinheiro será colocado na conta do município. E o modelo do ensino médio é o que vamos trazer de Pernambuco, com foco em educação em tempo integral”, completou ACM Neto.
Saúde
ACM Neto disse que visitará outros estados na primeira semana do próximo mês, após o 2 de Julho, a fim de absorver boas práticas de gestão da fila de regulação da saúde e assim incorporá-las ao seu plano de governo: “Vai ser preciso mudar toda a forma de administrar a regulação. São Paulo, por exemplo, tem um belo modelo e eu vou lá conhecê-lo. Para dar mais eficiência e mais consistência na distribuição dos pacientes e mais velocidade”.
O pré-candidato reforçou a proposta de criar hospitais em regiões que ainda não possuem unidades regionais, a exemplo do Sisal, do Baixo-Sul e do Extremo Sul. Além disso, quer criar parcerias do estado com unidades de saúde municipais para criar o que descreveu como “mini-hospitais regionais” para atender casos menos graves, além de conveniar mais entidades particulares e filantrópicos para ampliar os serviços no interior do estado.
“Precisamos ampliar os hospitais regionais já existentes para que ofereçam mais serviços. Um serviço que precisa ser ampliado, por ser extremamente demandado, é o de oncologia. Quase toda a demanda por oncologia hoje na Bahia é encaminhada para Salvador, sendo que o Hospital Aristides Maltez é a referência. Aí você chega lá e vê uma quantidade enorme de pessoas do Oeste da Bahia, que rodaram mil quilômetros para realizarem tratamento na capital. Isso é inadmissível”, disse.